Meios de acesso à microgravidade

Existem vários meios de acesso a ambientes com microgravidade.
Uma forma é através de uma alta torre vertical (drop tower) no interior da qual se solta um experimento em queda livre. Variam de 20 a130 m de altura e geralmente possuem mecanismos para compensar a resistência do ar ou são mantidas sob vácuo. Elas proporcionam ambientes de microgravidade durante 2 a 5 segundos. Apesar da microgravidade durar pouco tempo, muitos dados podem ser adquiridos e utilizados, inclusive como passos preliminares para processos que irão voar em plataformas espaciais.

Outra maneira de se reduzir a gravidade é através de vôos parabólicos, onde uma aeronave realiza uma série de trajetórias parabólicas, atingindo níveis de microgravidade da ordem de 10-2 g durante 10 a 20 segundos. Para isso o avião sobe rapidamente num angulo de 45o desligando a seguir brevemente suas turbinas, fazendo com que sua proa aponte para o solo para completar a parábola.  São mais utilizados para treinar tripulações e para testar equipamentos que irão depois ser utilizados no espaço.
Os foguetes de sondagem produzem condições de microgravidade superiores àquela dos aviões, com duração de vários minutos. O pacote experimental é colocado num foguete, que é lançado numa curva parabólica além da atmosfera terrestre. O ambiente de microgravidade é alcançado quando o foguete está em queda livre antes de reentrar a atmosfera, mantendo acelerações de 10-4 g durante 4 a 7 minutos. A carga útil geralmente cai de pára-quedas e é recuperada. Foguetes de sondagem nacionais.
Os satélites científicos não tripulados são outro tipo de plataforma onde se realizam experimentos em microgravidade. Podem ficar semanas, meses e até anos no espaço produzindo um ambiente microgravitacional de alta qualidade (10-6 g), e os dados experimentais medidos são enviados à Terra por telemetria.

Vôos tripulados como os do Ônibus Espacial, que pode ficar mais do que 15 dias no espaço, com várias experiências a bordo, produz um ambiente com microgravidade de alta qualidade como o dos satélites científicos, com a vantagem de que os processos podem ser monitorados pelos astronautas.
As estações espaciais, como era a MIR e será a ISS, são facilidades permanentes, mantidas por várias décadas em órbita terrestre. Isto permite que os cientistas conduzam experimentos em microgravidade por vários meses, sem ter que retornar os equipamentos para a Terra.

Ao planejar um experimento, deve-se levar em conta não apenas o nível do ambiente de microgravidade requerido, mas também as acelerações a que o mesmo será submetido no lançamento e posterior reentrada na atmosfera terrestre. São vibrações em várias freqüências e acelerações razoáveis, que podem prejudicar experimentos delicados ou frágeis. A aceleração depende do veículo lançador mas, em média, é da ordem de 10 g no lançamento.
Outro cuidado a ser tomado é com o alto nível de radiação cósmica existente na órbita, principalmente quando esta passa sobre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul. A radiação pode afetar, por exemplo, resultados de raios-x eventualmente existentes a bordo, e até danificar memórias e outros dispositivos eletrônicos mais sensíveis.